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Originally from Porto Alegre, RS, Brazil

Sunday, November 02, 2014

Lembranças

Um poema/texto de autoria de Adalberto José dos Santos, meu pai. Eu sei que não sou imparcial, mas esse texto me cairam lágrimas dos olhos.

Lembranças

Quando eu era menino, bem pequeno, talvez a mais antiga lembrança que tenho, eu me vi sentado em um pequeno banco de madeira, onde ao chão as formigas, carregavam folhas verdes, recortadas de uma árvore próxima.

E naquele trabalho, elas seguiam silenciosas, tocando de vez em quando, com suas antenas, talvez estivessem conversando entre si, pensava eu.

E naquela infância eu certa vez pensei como eu seria quando estivesse mais velho, em um tempo futuro, que hoje é meu presente.

Hoje com os cabelos brancos fico a pensar que aquele menino, jamais iria imaginar tudo que sei, que vivi e sonhei.

Quando menino, o futuro era apenas algo que estava além da minha imaginação, mas que eu me perguntava... Como seria eu... 

Agora sei.

Mas também continuo, igual aquele menino, pensando no futuro que ainda não sei.

O futuro nunca é conhecido, pode até ser imaginado, sonhado ou como uma meta, e ao chegar em um determinado ponto, pensar no que se fez...

Mas nunca imaginei que, mesmo menino, ou mais velho, teria sempre estas perguntas de como seria no futuro...

Pois o futuro não existe, esta é a grande verdade. Só temos o presente, como um 'presente' dado para que não perguntássemos nunca, o porque das coisas, de tudo, tudo mesmo.

Mas o que existia naquele menino era uma enorme curiosidade, e hoje ainda está presente em meus cabelos brancos, em meu andar vagaroso, mas a curiosidade ainda é jovem, vigorosa e valente.

Procurei saber tudo que podia em conhecimentos, mas descobri que esse não é o caminho...

Não existe caminho...

Apenas navegamos no rio do tempo... sem volta e para sempre.

Depois de um tempo, ninguém mais vai lembrar do menino ou do velho...

É a vida que assim pede...

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